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Câmara Municipal da Maia contra reposição de Freguesias

Imagem de noticiasmaia.com

Na 5ª sessão ordinária da Assembleia Municipal da Maia, de 12 de dezembro de 2022, os deputados municipais foram chamados a pronunciar-se acerca da proposta de desagregação das Freguesias de Nogueira e Silva Escura.

Em 2013, por imposição da 'lei Relvas', do Governo PSD/CDS-PP de Passos e Portas, as Freguesias maiatas de Nogueira e Silva Escura foram agregadas contra a vontade das respetivas Juntas e Assembleias de Freguesia e sem que as populações locais tivessem sido sido consultadas.

Oito anos depois, a Assembleia de Freguesia de Nogueira e Silva Escura aprovou, por unanimidade (com os votos dos eleitos do PSD e do PS), submeter proposta de desagregação destas Freguesias à Assembleia Municipal da Maia, um dos requisitos necessários à sua materialização, nos termos do novo regime jurídico de criação, modificação e extinção de Freguesias.

Não obstante a proposta cumprir todos os requisitos da Lei n.º 39/2021, e ter tido o parecer favorável da Junta de Freguesia de Nogueira e Silva Escura, a Câmara Municipal da Maia emitiu pronúncia desfavorável à desagregação, alegando que "não basta a vontade das populações" e que o "erro manifesto e execional" da 'lei Relvas' não foi demonstrado.

Na proposta apresentada, reconhecia-se que a agregação levou ao descontentamento popular, ao afastamento entre os autarcas e a população e a uma menor participação dos cidadãos na vida política da autarquia.

Foi também alegado que o aumento do território abrangido prejudicou o tempo de resposta na resolução de problemas urgentes e causou problemas à saúde financeira da Freguesia.

Para o Grupo Municipal do Bloco de Esquerda, a atitude da Câmara da Maia é "uma postura partidária do executivo PSD/CDS-PP, partidos obreiros da famigerada 'lei Relvas' que extinguiu a torto e a direito o máximo de Freguesias que conseguiu sem ouvir as respetivas populações." Para os deputados do BE, esta "não é uma posição tomada pensando no que é melhor para a população local", contrariamente ao que deveria ser.

O Bloco de Esquerda recordou que em outubro de 2012, a Assembleia Municipal da Maia emitiu uma pronúncia sobre a agregação de Freguesias do concelho que reconhecia que a agregação de Nogueira e Silva Escura era "discriminatória", mas que mesmo assim a bancada do PSD/CDS-PP votou favoravelmente, tendo convencido os Presidentes de Junta do concelho que seria melhor aceitarem "engolir o sapo" da agregação destas Freguesias como um "mal menor" para evitar a extinção de outras Freguesias.

O Bloco de Esquerda, que votou contra a agregação, havia então proposto que a Assembleia Municipal se pronunciasse pela manutenção das 17 Freguesias.

A proposta de desagregação das Freguesias de Nogueira e Silva Escura foi rejeitada por maioria, com 23 votos contra (PSD/CDS-PP, PAN e IL), 7 abstenções (3 deputados do PSD, 3 do PS e 1 deputada independente) e 13 votos a favor (BE, CDU e 10 deputados do PS).