O Bloco de Esquerda recebeu, na sede concelhia da Maia, os representantes do "Movimento por Gemunde" e do "Pró Vermoim", dois grupos de cidadãos que pretendem a recuperação da sua antiga Freguesia.
O "Movimento por Gemunde" critica o abandono a que está condenada a antiga Freguesia após a aprovação da famigerada "Lei Relvas", que determinou a extinção de 7 das 17 Freguesias do concelho da Maia.
A degradação dos serviços prestados à população é apontada como uma realidade, tendo o Movimento dado como exemplo o mau estado de um caminho há muito usado diariamente por mais de uma centena de pessoas para ir à farmácia, à padaria ou à igreja.
O Movimento afirma que não contesta os partidos ou os eleitos que têm governado o Castêlo da Maia, onde Gemunde está integrada desde a reforma, mas que a população se sente traída pelo facto de o ex-Presidente da Junta ter votado a favor da agregação da Freguesia.
Garantem já ter recolhido quase 2.000 assinaturas, apenas de eleitores que residem em Gemunde.
O grupo de cidadãos "Pró Vermoim" denuncia a perda de identidade de uma Freguesia com muita história, que outrora foi mais conhecida do que o próprio nome do concelho.
Estes cidadãos consideram que Vermoim, enquanto comunidade local, tem pouco em comum com as vizinhas Maia (antiga Freguesia de Barreiros) e Gueifães, apesar de todas constituírem a atual Freguesia Cidade da Maia.
Estão a dar o seu movimento a conhecer à população e já lançaram iniciativas como a colocação de cartazes em alguns pontos da Freguesia e a criação e um grupo de Facebook que teve grande adesão.
Ambos os movimentos de cidadãos têm contactos entre si e com outros grupos por todo o país, que reclamam também a restauração da Freguesia, estando integrados na "Plataforma Nacional Recuperar Freguesias", que no passado dia 13 de julho reuniu, em Braga, com a coordenadora do BE Catarina Martins.
A luta dos cidadãos pela preservação da sua identidade, história e cultura e por serviços de proximidade e qualidade, começou em 2012, após a entrada em vigor da lei nº 22/2012, de 30 de maio, que determinou a agregação de 1165 Freguesias em todo o país, com base num conjunto de critérios de natureza aritmética, muito criticados por imporem uma reforma feita "a régua e esquadro" e sem ouvir previamente as populações.
Na Maia, o Bloco votou contra a aprovação dessas medidas e contestou todo o processo, distribuindo comunicados à população informando que se anunciava a extinção da sua Freguesia e que isso significaria a degradação dos serviços prestados.
Em 2018, o Governo anunciou a intenção de aprovar um novo mapa de Freguesias antes das eleições autárquicas de 2021.
O BE defende o direito das populações serem consultadas sobre o futuro da Freguesia onde residem através da realização de referendos locais.