Para o Bloco de Esquerda, "a Maia é um Municipio de grande dimensão" e tem, nas palavras de Silvestre Pereira, "grandes responsabilidades sociais".
Numa referência aos resultados dos Censos 2021, Silvestre frisou que "estamos a perder população devido ao custo da habitação na Maia. O candidato do Bloco constata que "as pessoas não conseguem viver num concelho em que por vezes 90% do seu salário vai para a renda da casa".
Para que a Maia seja mais igual no acesso à habitação, deve haver esforços no sentido de "fazer com que o custo da habitação não ultrapasse 30% do redimento" das pessoas.
Por isso,"é fundamental que a Estratégia Local de Habitação seja implementada de forma diferente. É preciso construir mais fogos" para permitir descer os preços do mercado, "tanto de arrendamento como da compra de habitação".
O candidato entende que modelo de reabilitação da habitaçao social existente "não responde às necessidades" dos munícipes. Dando o exemplo do que se passa no Bairro do Sobreiro, Silvestre constatou que os blocos "estão a ficar com um aspeto exterior muito bonito, mas o facto é que não vai demorar muito tempo até se degradarem outra vez", acrescentando que "há terrenos que foram vendidos a privados" a pretexto daquela intervenção.
Conclui que "os programas que vão surgir com a chamada 'bazuca' têm de ser muito bem aproveitados pela Câmara para criar mais habitação pública".
Mas a habitação não foi o único tema ao qual Silvestre Pereira deu destaque.
O combate à precariedade permite "dar esperança de futuro" aos jovens e fazer as famílias fixarem-se na Maia. É por isso que "não pode haver, no emprego público municipal, trabalhadores sem vinculo", sem um contrato de trabalho. O Município deve dar o exemplo, estabelecendo cláusulas nos contratos com os privados que impeçam o recurso a trabalho precário.
Silvestre defendeu também que "em cada Freguesia tem de haver um infantário público". Aos que perguntam como se pode tornar esse objetivo possível, o candidato responde com outra pergunta: "Se a Maia conseguiu fazer infraestrutras desportivas em muitas Freguesias porque não pode fazer o mesmo com os infantários ou com os lares?". "Com um orçamento de 106 milhões de euros tem de ser possivel fazer mais", rematou.
O tema do ambiente também não ficou de fora da entrevista ao candidato bloquista.
"O trânsito caótico no centro da cidade provoca muita poluição. É necessário reduzir o trânsito da cidade para que a qualidade do ar seja melhor", o que só é possível com transportes coletivos públicos de qualidade por todo o concelho.
E não apenas no centro da cidade. "É necessário que S. Pedro Fins, Folgosa, Gemunde, Pedrouços, Nogueira, tenham mais transportes e transportes que sejam menos poluentes", acrescentou o candidato.
No final da entrevista, Silvestre lembrou que "é importantíssimo que o Bloco chegue ao executivo de modo a poder contrabalançar um poder de maiorias absolutas de direita com mais de 40 anos."
O Bloco "pode fazer toda a diferença; há muita coisa a fazer na Maia" por uma "cidade mais igual, mais limpa e mais apetecível para quem aqui quiser viver."