Depois de ter colocado o problema da família Sampaio em discussão na Assembleia Municipal, em 28 de fevereiro, o Bloco de Esquerda voltou a trazer o assunto a este órgão autárquico, na sessão ordinária de 30 de setembro.
A família Sampaio foi notícia em vários órgãos de comunicação social por ter sido despejada do prédio onde habitava, há 40 anos, por causa de dívidas que contraiu.
Forçada a dormir ao relento, à porta do prédio, situado na zona dos Maninhos, esta família de quatro pessoas sentiu-se abandonada por quase todos, com exeção de alguns vizinhos que, de forma solidária, ajudaram a garantir a higiene pessoal e confeção de refeições.
O membro mais idoso acabou reencaminhado pela PSP para um lar de terceira idade, mas os restantes elementos, pai, mãe e filho, permanenceram durante semanas nas escadas do prédio, junto com os seus bens pessoais amontuados.
Em conferência de imprensa, a Câmara da Maia garantiu que os rendimentos do agregado familiar estavam "muito acima dos critérios" para a atribuição de habitação camarária, apesar de saber que a família sobrevivia à custa de prestações sociais de caráter temporário, sem meios económicos para arrendar casa no concelho.
Os deputados municipais do BE visitaram a família e criticaram o facto de a Câmara Municipal não revelar preocupações sociais com uma família em situação de grande fragilidade.
Considerando que o direito constitucional à habitação foi posto em causa, o BE alertou para o facto do problema não se encontrar resolvido, pois a família vive agora numa garagem, em condições desumanas, conforme foi demonstrado em duas fotografias que o deputado Cristóvão Pimenta exibiu perante os deputados e os membros do executivo presentes.
Sem colocar em causa o cumprimento do Regulamento da Habitação, o BE exige que a situação seja reanalisada pela Câmara Municipal.
Veja aqui a primeira intervenção do BE sobre este tema: