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Catarina Martins celebra presença do Bloco na Maia em jantar de aderentes

 

O Bloco de Esquerda realizou um jantar de comemoração dos 10 anos da atividade Concelhia na Maia. Aberto também aos simpatizantes, o jantar contou com as intervenções da porta-voz do BE Catarina Martins e do deputado de Freguesia da Cidade da Maia Francisco José Silva.

 

De casa cheia e em ambiente de enorme esperança, Catarina Martins louvou a aprovação, na Assembleia da República, da lei que alarga o instituto da adoção aos casais do mesmo sexo, uma luta protagonizada pelo Bloco de Esquerda ao longo dos últimos 5 anos. Para a porta-voz do BE, "ficou provado que existe uma maioria que responde pela dignidade das pessoas do nosso país" e que "o Bloco é um partido capaz de sarar fraturas na sociedade porque quando se conquista igualdade, a nossa sociedade fica seguramente muito melhor".

A revogação da lei da direita sobre o aborto foi outra das conquistas da convergência entre BE, PCP, PEV e PS no Parlamento, pondo fim a uma lei degradante que "nunca foi sobre taxas moderadoras, foi sempre sobre a humilhação e castigo das mulheres que decidissem fazer uma interrupção voluntária da gravidez".

Catarina criticou os argumentos da direita, que além de não conhecer o acordo entre Bloco e PS, para eles "o privilégio dos mais ricos é a natureza da política" porque "quando chega às pessoas tudo é despesa", ironizou. "Talvez não se lembrem que não cumpriram uma única meta do défice e que a dívida mais que triplicou em relação ao que estava previsto nestes quatro anos", afirmou ainda.

 

"O Bloco é já uma referência para a esquerda na Maia"

O deputado do Bloco eleito na Freguesia da Cidade da Maia saudou os presentes naquela que foi a comemoração do 10º aniversário da Concelhia da Maia, lembrando que já em 2001 o Bloco estava organizado no núcleo Valongo/Maia, o mesmo ano em que se propôs às eleições autárquicas pela primeira vez.

O Bloco de Esquerda é já uma referência no espaço político à esquerda no Concelho, com reflexos nos atos eleitorais, onde o partido alcança alguns dos melhores resutados do Distrito, fruto da intervenção dos seus eleitos na Assembleia Municipal e nas Assemblias de Freguesia, "com a determinação própria de um partido de esquerda, não defraudando os eleitores", apresentando propostas e alertas para as injustiças, para a degradação do parque habitacional, para a desadequação dos apoios sociais à realidade socio-económica, "pela dignidade dos mais desprotegidos".

A dificuldade da direita em lidar com a diferença de pensamento tem vindo a sofrer com uma nova atitude dos maiatos, hoje mais esclarecidos face aos objetivos ideológicos que a direita tem para o país. Como os eleitores já não se deixam enganar tão facilmente, tenta passar-se a falsa ideia de que na Maia o PSD/CDS não são como o governo central, que se distanciam das suas posições porque "são maiatos". Assim se apresentaram nas últimas eleições autárquicas, em 2013, com a coligação a que deram o nome "Sempre pela Maia".

"Os que se opõem, como o Bloco de Esquerda, são apontados como não maiatos, antidemocratas, irresponsáveis", chegando mesmo ao ponto de se insultar a inteligência das pessoas.

"Apesar destes arremessos da direita, cá estamos, cheios de vontade em trabalhar, para lutarmos pelos nossos ideais", disse. "Acreditamos que nas próximas eleições, com esta mobilização e dinâmica, estão criadas as condições, aqui na Maia, para retirarmos à direita a maioria absoluta!".

Francisco José destacou alguns dos principais focos de luta dos trabalhadores no Concelho, lembrando o apoio e solidariedade que o Bloco de Esquerda prestou diretamente aos trabalhadores da Sonae Logística, Zas Transportes, Unicer, Bravotex, Finexport, STCP e CTT no decorrer dos últimos anos. "Como não poderia deixar de ser", reconhece, "multiplicamos as nossas intervenções de denúncia, na Assembleia Municipal, nas Assembleias de Freguesia do nosso Concelho e na Assembleia da República".

Por força da austeridade, a triste realidade do nosso Concelho e dos Concelhos limítrofes é a de "milhares de desempregados sem qualquer retribuição, o trabalho precário, horários além das 40 horas sem qualquer compensação, o desrespeito pela lei e a chantagem do patronato, culminando com o encerramento de empresas, muitas delas de forma ilegal".

Mas a luta dos trabalhadores da Pregaia, em S. Pedro de Fins, mereceu ao deputado uma menção especial. "Porque não nos sai da memória, queríamos destacar o sofrimento, a coragem dos trabalhadores da Pregaia, à porta da empresa, 24 sobre 24 horas, em pleno inverno, na companhia de uma lata na qual colocavam lenha para se aquecerem e uma tenda de plástico para se protegerem da chuva, onde passavam as noites. Que exemplo, que dignidade, como nos tocou, como nos fortaleceu. O exemplo destes trabalhadores é o tónico para as nossas lutas futuras", disse.

A poluição ambiental da siderurgia nacional, também em S. Pedro de Fins, não foi esquecida no discurso do deputado. "Dizem que está tudo bem, que está tudo normal, mas quem lá vive sabe que não está tudo bem, mas sente-se impotente".

Desde 2009, o Bloco de Esquerda tem sido a única força política que tem estado ao lado da população, com intervenções de denúncia nos orgãos políticos locais e nacionais. "O Bloco não desiste, vamos mudar de estratégia, vamos aumentar a pressão sobre as entidades competentes, e já temos futuras ações pensadas. A seu tempo informaremos as pessoas", prometeu o deputado.