Silvestre Pereira participou no primeiro debate entre candidatos à Câmara Municipal da Maia, que se realizou no dia 12 de setembro, às 16h, no estúdio do Jornal de Notícias (JN), tendo sido transmitido em direto no site e página do facebook do jornal.
Horas antes, o JN divulgou uma sondagem que dá a vitória à coligação "Sempre pela Maia" (PSD/CDS-PP), com um resultado abaixo da maioria absoluta. A mesma sondagem admite a possibilidade do BE eleger um vereador, embora o resultado não garanta a eleição.
Apesar desse tópico ter causado celeuma entre Silva Tiago e Francisco Vieira de Carvalho, candidato apoiado pelo PS e JPP que a sondagem coloca em segundo lugar, o candidato do Bloco de Esquerda recusou comentar sondagens, deixando o julgamento dos candidatos e respetivos partidos para os maiatos no dia das eleições.
"Não nos interessa discutir sondagens. Vamos até ao fim com o objetivo de eleger vereadores e mais deputados para a Assembleia Municipal e as Assembleias de Freguesia. Temos sido dignos dos votos dos maiatos e maiatas, e temos defendido aquilo que achamos que é melhor para a Maia", disse o candidato.
O candidato bloquista evidenciou que a Maia cresceu bastante durante décadas devido ao investimento que foi feito e à sua posição geográfica privilegiada, próxima do porto de Leixões e do aeroporto, o que permitiu a fixação de empresas no concelho. Mas "o crescimento nos últimos 10 anos tem sofrido algum retrocesso, fruto da crise e do endividamento da Câmara Municipal. Passamos de orçamentos de 112 milhões para orçamentos de 77 milhões de euros. Sempre votamos contra os orçamentos da maioria porque são um contra-senso nessa evolução. A Maia tem muitas carências, e é necessário haver uma mudança."
Silvestre reivindicou maior investimento da autarquia, sobretudo no incentivo à criação de emprego, porque "a câmara não tem de dar lucro, o objetivo de qualquer autarquia é investir na melhoria da qualidade de vida da população. A Maia tem condições execionais para continuar a evoluir, mas tem de haver mais investimento" para combater o desemprego e fixar a população jovem no município.
A carência de transportes públicos foi identificada pelo candidato como um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento e à qualidade de vida da população. Silvestre defendeu que a solução passa pelo aumento de linhas da STCP que sirvam o concelho, em particular as freguesias mais afastadas do centro, onde essa carência mais é sentida pelas pessoas. Por outro lado, defendeu que não eram necessários grandes autocarros em algumas zonas, que poderiam ter ligação aos principais pontos do concelho através de uma rede municipal de pequenos autocarros, que podem e devem ser ecológicos.
A habitação é uma das grandes prioridades do Manifesto eleitoral autárquico do Bloco de Esquerda na Maia, tendo o candidato referido que "o estado de degradação dos bairros do Sobreiro I e II é o mais grave problema de habitação do concelho, e está localizado bem no centro da Maia! O Projeto Parque Maior, parceria público-privada que a Câmara Municipal criou, e que poderia ter resolvido esse e outros problemas, faliu com a crise do imobiliário. A partir daí, a CM nunca mais teve capacidade para construir, e essa deixou de ser uma prioridade. É necessária uma requalificação urgente destas urbanizações e a manutenção e cuidado constante das outras."
Em relação ao ambiente, Silvestre Pereira referiu o facto de a Maia ser "o segundo concelho do Distrito que mais liberta dióxido de carbono", o que se explica pela proximidade do aerporto e de empresas como a Siderurgia Nacional, um dos maiores focos poluidores do município.
O candidato não esqueceu o problema da poluição do rio Leça, que serve também outros concelhos, como é o caso de Matosinhos e Valongo. O BE realizou recentemente uma ação inter-concelhia nas margens do rio, onde colocou uma faixa propondo "devolver o rio leça à comunidade" e divulgou à imprensa um comunicado onde defende a preparação de um plano de ação para a despoluição e monitorização permanente do rio.
Ainda sobre o tópico do ambiente, o candidato bloquista divulgou a proposta do BE de adesão do município da Maia ao Pacto dos Autarcas, que tem o propósito de contribuir para a redução das emissões de CO2 em 40% até 2030, através de um plano que foi já subscrito por mais de 7.000 cidades europeias.
No final do debate, Silvestre Pereira defendeu uma política fiscal de incentivo ao emprego, propondo que, numa primeira fase, as empresas que criem pelo menos 5 postos de trabalho no concelho sejam isentas de derrama.
Defendeu ainda medidas de apoio à infancia e aos idosos, nomeadamente a criação de infantários e de infraestruturas públicas de apoio aos seniores, uma vez que essa é uma dificuldade sentida pela população de baixos rendimentos e porque o apoio aos idosos "pode criar muitos postos de trabalho qualificados, que não sejam precários".
O próximo debate entre os candidatos à CM Maia será no dia 15 de setembro, às 15h, na Antena 1.