O Bloco de Esquerda - Concelhia da Maia apresentou os seus candidatos à Câmara e Assembleia Muncipal em evento realizado este Sábado, na Freguesia de Pedrouços.
O evento teve lugar na Casa do Alto, e contou com a atuação de um poeta local e um músico de intervenção da Associação Zeca Afonso.
Os candidatos Rosa Cruz (Câmara Municipal) e Silvestre Pereira (Assembleia Municipal) discursaram aos presentes e foram apadrinhados pela presença e discursos da coordenadora do Bloco de Esquerda Catarina Martins.
Fazer a Diferença e construir o Futuro na Maia
Candidata pelo Bloco pela primeira vez, Rosa Cruz acredita que é "possível construir uma alternativa verdadeiramente de esquerda" para o Concelho "com novos caminhos de desenvolvimento" em que podemos continuar a "fazer a diferença".
A professora sublinha que "a eleição de vereadores do Bloco de Esquerda significa, antes de tudo, uma garantia de democracia e transparência na gestão autárquica".
Destacando o caráter hoje predominantemente urbano do Concelho, Rosa não ignora que "esse crescimento não foi praticamente nunca um desenvolvimento harmonioso e equilibrado, tendo-se seguido uma política imobiliária assente no lucro fácil, beneficiando apenas alguns e não o todo, e criando o caos urbano em várias áreas".
A consequência foram os efeitos indesejáveis da "betonização e empedramento de espaços verdes" que torna urgente a requalificação e proteção das áreas verdes de maior dimensão de como São Miguel o Anjo, o Monte Gonçalão e Monte Penedo "contra os interesses imobiliários", uma opção "geradora de emprego e de uma melhor qualidade de vida".
A candidata defende ainda a reavaliação dos licenciamentos atribuidos em condições "duvidosas" pela falta de critérios de planeamento, assim como a "redefinição da coexistência e integração do espaço urbano e do espaço rural", "não aceitando a destruição lenta deste último, e muito menos que a periferia rural do Concelho seja lentamente transformada num bairro da lata".
O "levantamento das carências habitacionais do Concelho" é também apontado como uma das grandes linhas de atuação urgente na Maia, onde muitas famílias vivem em ilhas e bairros sem o mínimo de condições de habitabilidade.
Num Concelho deprimido que não escapa à realidade nacional, gerar emprego e financiamento implica também o incentivo à fixação de empresas de pequena e média dimensão "apostadas na inovação, criadoras de marcas de prestigio internacional".
Para isso que é necessário que "haja uma autarquia que saiba atrair para junto de nós algumas das dezenas de marcas que, para surpresa de muita gente, existem, são portuguesas, e estão representadas nas principais avenidas de Nova Iorque ou de Pequim", e que seja capaz de "potenciar o alto nível de escolarização da população, e estabelecer convénios e protocolos internacionais" para o efeito.
Uma diferença "para a qual também queremos contribuir, e não seremos nós a ter de escutar um jota primeiro ministro a dizer aos nossos filhos para emigrar", remata.
O Bloco mantem-se ainda firme nas ideias que tem vindo a defender desde as últimas autarquicas em 2009: A defesa do património natural, recuperação das linhas de àgua e do seu ordenamento paisagístico, a promoção da construção de cresces, infantários, lares e centros de dia públicos, as medidas de combate à poluição e de redução do consumo de energia e àgua e o apoio à cultura de raíz local.
Quatro anos a fazer a diferença
Num resumo do trabalho autárquico do Bloco de Esquerda no Concelho, Silvestre Pereira orgulha-se de dizer "sem falsas modéstias", que na Maia, "nos órgãos para os quais fomos eleitos, fizemos o que tínhamos que fazer, fizemos o que de nós, eleitos pelo BE, se esperava, fizemos toda a diferença!"
"Fomos efetivamente uma força que defendeu o programa com que nos apresentamos em 2009 sem tibiezas e, muitas vezes, contra um poder autárquico arrogante, sempre que esteve em causa a defesa da democracia e dos direitos do povo da Maia!".
Denunciamos os bairros "votados ao abandono", do Sobreiro, Maia I, Maia II, Xisto, Arroteias, Pedrouços", entre outros.
"Combatemos as desigualdades sociais, propondo à Câmara a aplicação de medidas urgentes de combate à crise."
"Alertamos para o facto de serem cada vez mais as famílias forçadas a recorrer ao RSI, de o número de pobres no concelho aumentar todos os dias, de a fome e a miséria serem uma ameaça latente também no nosso concelho! Combatemos a fantasia de oásis que a direita pretendeu e pretende passar como correspondendo à realidade da Maia!"
"Opusemo-nos às parcerias com privados, porque lesavam sempre o interesse público e retiravam direitos à população."
"Lutamos pela melhoria das condições ambientais, pela retirada dos inertes perigosos ainda presentes junto às instalações da Siderurgia Nacional."
"Apoiamos as lutas de trabalhadores de empresas da Maia, sempre que necessário, por atos e não só por palavras, como quem lá esteve sabe! Levamos à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu os dramas humanos que estão sempre por detrás dos despedimentos e do desemprego, como na Finex, na MacMaia, nos CTT, na Izibuild e na Carpan, bem como agora com os trabalhadores da Siderurgia Nacional, também ameaçados de despedimento."
Por tudo isto, "temos de continuar a travar o combate contra a política deste executivo", e de "romper com este ciclo de quase quatro décadas de poder conservador, monolítico e populista".
Porque "a Maia merece melhor, a Maia merece que se faça a diferença", rematou.
Anexo | Tamanho |
---|---|
intervencao_cmmaia_rosa_cruz.pdf | 57 KB |
intervencao_am_maia_silvestre_pereira.pdf | 126.44 KB |