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Contra a degradação do serviço de correios, pelo resgate da concessão aos privados!

O Bloco de Esquerda Maia reprova a atuação dos CCT e a contínua degradação do serviço de correios prestado pela empresa, privatizada em 2014.

O recente anúncio da administração dos CTT de mais uma “reestruturação” (despedimento) de 1000 trabalhadores até 2020 é a confirmação de uma gestão privada que deixou de satisfazer as necessidades das populações em matéria de serviço postal e apenas pretende atribuir grossos dividendos aos seus acionistas, bancos e fundos de investimento estrangeiros.

Tal como ocorre em muitos outros concelhos, também na Maia as populações sofrem as consequências desse desastre económico e social que foi a privatização dos CTT, com base numa resolução do Conselho de Ministros do anterior governo PSD e CDS-PP em julho de 2013.

Durante décadas os CTT, para além de transferirem todos os anos para os cofres do Estado mais de 30 milhões de euros, cumpriram a obrigação de serviço universal de correios, assegurarando a distribuição domiciliária de correio em todo o país, uma vez por dia, todos os dias úteis.

Os donos dos CTT têm estado a obter milhões com a venda dos imóveis e outros ativos que eram propriedade pública. Fecharam estações dos correios e aumentaram as tarifas em 50%. Deixaram de exercer a atividade essencial ligada aos serviços postais, E as estações dos CTT que não foram encerradas, foram transformadas numa espécie de loja de vendas, em que os trabalhadores são pressionados a vender lotaria, camisolas de clubes, brinquedos e outras quinquilharias, e também crédito à habitação.

Após terem forçado a saída de milhares de trabalhadores, os atuais donos dos CTT empurram cada vez mais para as juntas de freguesia, ou para talhos, mercearias ou tabacarias a atividade postal de receção e distribuição de cartas e encomendas. O resultado é os carteiros serem forçados a horários de 12 horas por dia e grandes atrasos na entrega da correspondência. Menos vínculos laborais permanentes e especializados, mais prestadores de serviços sem competências específicas, mais dinheiro em dividendos para os acionistas, menos qualidade no serviço postal.

O BE/Maia reclama dos órgãos do poder a análise do incumprimento pela empresa CTT das suas obrigações de serviço universal e a consequente adoção de medidas, como o resgate da concessão a privados.

A moção que apresentamos neste sentido, na Assembleia Municipal, foi rejeitada por maioria, com o voto contra da bancada do PSD/CDS, votos favoráveis da CDU e BE, e abstenções das bancadas do PS/JPP e PAN.